História das Bengalas em Gestaçô
As primeiras oficinas de bengalas surgiram em Gestaçô nos finais do século XIX. Alexandre Pinto Ribeiro foi a pessoa que trouxe a técnica para o Concelho e fomentou a sua construção. Utilizou uma técnica inovadora, a técnica da dobragem, isto é, baseia-se na dobragem das pontas de madeira amolecida em água a uma elevada temperatura e com ajuda de uma barra metálica, o que permite aproveitar uma maior quantidade de matéria prima e obter um produto de maior qualidade.
Com o desenvolvimento desta técnica, Gestaçô começou a ser conhecido como o ponto de referência de produção de bengalas, surgindo assim bastantes encomendas.
Com a experiência foi-se aperfeiçoando a técnica, introduzindo elementos decorativos nas bengalas, designadamente, cabeças de animais, cerejeira polida, incrustações de madrepérola, prata ou ouro.
Actualmente as bengalas perderam importância a nível de estética, sendo mais utilizadas como peças de museu e pelos universitários na queima das fitas.
Naturais:
Corta-se o galho nos locais apropriados.
Envergadas e devastadas:
Com a utilização da serra eléctrica (hoje em dia), as toras são cortadas
Depois de já estar curvada é utilizada a plaina, para dar forma à bengala.
Nesta fase utiliza-se a lima para aperfeiçoar e suavizar a bengala.
Já concluído o processo de fabrico da bengala, é envernizada a bengala. Este verniz é feito pelo próprio artesão, misturando laca + álcool. Ao invés do pincel é comum o uso da boneca (chumaço de algodão para aplicar o verniz).
As bengalas são postas a secar em cabides depois, onde ficam estocadas em forma de mostruário.
As bengalas já têm um lar em Baião. A Casa das Bengalas no lugar de Carvalhais em Gestaçô, foi criada para que as gerações mais jovens "não deixem morrer" a arte das Bengalas de Gestaçô O nosso grupo ao fazer este levantamento na oficina dos artesãos prova que não morrerá nunca. Preservar a memória histórica de um ofício com largas décadas de tradição, valorizar socialmente a actividade e criar um espaço de exposição, demonstração e comercialização do produto, são os objectivos porque foi criada a Casa das Bengalas.
Em breve publicaremos a entrevista ao senhor Bengaleiro.
ENTREVISTA A UM BENGALEIRO
Nome: Eduardo Agostinho Ferraz Cardoso.
Idade: 54
Morada: Lugar da Estrada – Gestaçô.
Como surgiu o gosto pelo fabrico das bengalas?
Porque fui habituado desde criança. O meu avô e meu pai também já o faziam.
Materiais necessários para o seu fabrico?
Madeira, tina, vernizes.
Como é feita a sua recolha?
Normalmente a madeira é de cerejeira.
Compro-a a lavradores.
Há quanto tempo exerce a profissão?
Cerca de 40 anos.
As bengalas têm muita procura?
Alguma, depende das épocas. Normalmente são mais procuradas nos meses de Verão.
Qual a sua opinião acerca da construção da casa das bengalas em Gestaçô?
Acho que foi uma boa iniciativa para as pessoas ficarem a conhecer melhor o nosso trabalho e a forma como são fabricadas.
Na sua opinião trouxe alguns benefícios?
Sim, para a divulgação e venda de bengalas.
O que falta fazer para que as bengalas de Baião sejam mais conhecidas?
De momento têm sido feitos todos os esforços para que as pessoas conheçam melhor o nosso trabalho, através de feiras de artesanato e exposições.
Pretende exercer esta profissão sempre? Porquê?
Sim, porque gosto daquilo que faço.
O que espera do futuro das bengalas?
Espero que tenha continuidade, que as gerações futuras continuem o nosso trabalho.
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